Políticos foram acusados pela PGR de receber dinheiro via caixa 2 de empreiteira, mas ministros do STF não viram elementos para abrir processo. Julgamento, que corre em plenário virtual, se encerra nesta segunda. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria neste domingo (19) para arquivar denúncia da Procuradoria-Geral da República contra a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Paulo Bernardo.
Na denúncia, feita em 2018 como parte da Operação Lava Jato, a PGR afirmou que Gleisi Hoffmann e o então marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, aceitaram receber por caixa dois a doação de R$ 5 milhões para campanha eleitoral.
Votaram pelo arquivamento o relator, ministro Edson Fachin, e os ministros André Mendonça, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. O julgamento, que ocorre no plenário virtual, termina nesta segunda (20).
Em seu voto, Fachin disse que não há provas suficientes para abrir processo contra os políticos.
"Emerge da análise acurada deste procedimento criminal a constatação da insuficiência dos elementos indiciários colacionados pelo órgão acusatório para conferir justa causa à denúncia, revelando-se insuficientes a revelar a existência de materialidade e indícios da autoria delitiva", escreveu o ministro.
Na época da denúncia, o PT, em nome do partido e de Gleisi, afirmou que "a procuradoria, mais uma vez, está atuou de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios".
O PT declarou ainda que a PGR tenta criminalizar ações de governo e que as acusações são "falsas e incongruentes".